Financiamos nosso futuro através do esquecimento, no agora,
comprometendo-o de modo irremediável. O canto do gol e o urro dos bares traduz
o eco proferido pelo sonho que se perde no precipício. O comodismo dança com a
vaidade, aplaudido pela derrota. Prefere-se o hoje à História e a qualquer
porvir que poderia ser grande. Não se quer sê-lo. Quer-se ser o raso; quer-se a
futilidade, os livros de auto-ajuda e uma justificativa para as derrotas
pessoais e os anseios infantis. Não mais os grandes feitos, não mais os grandes
homens, ou homens – é uma sociedade animalizada, infantilizada e inconseqüente.