O ato de pensar é um ato solitário. Assim, para escapar do
comum, tem de se ficar só. Não que boas idéias não nos cheguem através de uma
boa conversa, não é isso. Mas as primordiais coisas que existem não possuem
palavras que possibilitem um diálogo salutar. O máximo que se pode conseguir é
tirar conclusões daquilo a que se pensa. As questões mais complexas do homem
encerram no indivíduo e a fala não foi inventada para si, mas para o coletivo.
Talvez uma das coisas mais importantes a ser feitas nos dias de hoje é
conservar-se: conservar essa parte nossa original, distinta, ímpar e que não
encontra nada que a complete fora de nós mesmos. Não obstante, o mundo, junto a
tantos outros homens, trata de nos alienar constantemente. Mas o erro é pensar
que o mundo é o grande responsável, porque não é. O nosso grande inimigo é o
nosso vício, a nossa frouxidão, o nosso cansaço e todas as faculdades
temporais, materiais, que se encontram no outro extremo das questões mais
fundamentais. Primeiramente, antes de qualquer coisa, deve-se tomar consciência
de suas falhas e não se deixar destruir por si mesmo.