sábado, 7 de setembro de 2013

Modern day students



Três tipos de estudantes dominam as universidades e escolas atualmente: o sério, o perdido e o desinteressado. Quando falo em estudante sério, refiro-me àquele que é ávido por conhecimento, não importa de que tipo e, percebendo que algumas matérias são indispensáveis e obrigatórias, o próprio condiciona seu interesse e seu espírito para compreendê-las, fazendo do professor não um mestre, mas um companheiro na busca pela verdade. Existem, também, os alunos perdidos, que nada sabem, mas têm uma alma honesta e uma busca verdadeira pelo saber, e que, para tal objetivo, precisam de um líder, um guia, um sábio que os ensine (ou seja, o professor). E finalmente, para coroar a desgraça educacional de hoje em dia com espinhos de ouro, existem os desinteressados, filhinhos de papai, totalmente alheios à unidade do real, que mais estão lá, dentro das decantes universidades e escolas, para adquirirem um meio mesquinho de obter dinheiro, ou para agradar o grupo familiar. O tipo dominante de estudante, hoje em dia, infelizmente, pertence à terceira categoria. 

Não é preciso ser cientista político para concluir que, com o advento da pedagogia social, a primeira classe de estudantes tem sido extinta. O aluno que cultiva o saber, hodiernamente, está nas adjacências mais obscuras das escolas e universidades, tendo seus objetivos desencorajados ou deturpados pelo establishment educativo, fazendo com que a educação vire uma espécie de troca mecânica de métodos, uma forma de repetição orangotânica, que, disfarçada de ''rigor acadêmico'', mostra-se, na verdade, como uma destruidora de qualquer atividade útil.

Junto a isso, a quantidade de alunos vagabundos só aumenta a cada dia. Com a perspectiva doentia do ''no child left behind'' (crianças mesmo, pois 90% dos estudantes universitários beiram a infantilidade maternal), qualquer governo atual pensa que é sua obrigação colocar todas as pessoas numa universidade. E o resultado disso não poderia ser outro: pessoas incapacitadas para cargos de extrema necessidade social. Economistas pobres, médicos que não se cuidam, professores que não sabem aprender (nem ensinar) e escritores que não sabem sua língua natal são apenas algumas das aberrações que ocupam as altas esferas de trabalho. 

Sentados no canto fundo da sala, por medo ou timidez, estão (provavelmente escondidos ou calados), por fim, os alunos de cabeças frescas, honestos e abertos a todo tipo de doutrinação. Estes são os mais injustiçados do processo inteiro. Vítimas de uma geração já moldada nos preceitos piagetianos-freirianos, tais pobres almas já recebem uma tonelada de informações esquerdistas unilaterais, prontas para serem repetidas a qualquer momento, apenas para agradar o digníssimo magistério. Não mais o professor deve ensinar os alunos a cultivarem a sabedoria, a amarem as matérias; deve, na verdade, espalhar o assunto de forma aleatória, deixando mais dúvidas que respostas, podando todo tipo de pensamento contrário à sua autoridade de ''mestre'', negando peremptoriamente qualquer resposta aos mais simples questionamentos. 

Só se pode deduzir, em meio de tais condições educativas, que os professores, alunos de outrora, não estão, de maneira alguma, exercendo o verdadeiro ensino, tampouco estão cientes das sua próprias falhas como educadores. O verdadeiro mestre não demonstra sua matéria apenas; ensina, também, a cultivá-la, a amá-la; ensina o aluno a associá-la com a realidade, forçando-o a gostar de cada pormenor que determinado tópico demande, cumprindo, pois, o real objetivo da aulética: colocar no estudante o verdadeiro desejo pelo conhecimento.  

''Colocar? Forçar? Incrustar gostos em outras pessoas? Mas que coisa mais conservadora, antiquada e reacionária'', alguns dirão, com sede de enfiar seu ativismo político na área pedagógica. Não! Nada há de ''reacionário'' em cultivar a sabedoria em mentes perdidas. Há, na verdade, uma obrigação, um dever por parte do professor, que consiste exatamente na conversão do conhecimento em algo que eleve o espírito, que seja útil à alma humana, fazendo com que tal assunto seja de real importância para o educando, e não uma simples cadeira universitária ou escolar obrigatória. E para isso não há técnica. Há de se criar, na verdade, uma organização de educadores menos preocupados com ''o mundo melhor'', e mais focada em deixar pessoas melhores para o mesmo mundo de sempre. Quem sabe assim, quiçá, no futuro, o número de estudantes desinteressados seja, pelo menos, menor que a quantidade já escassa de alunos sérios.