quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Desejo



As luzes do dia me trazem,
A realidade: seca, amarga e crua.
As minhas fantasias desfazem,
Esses novos dias que chegam pela rua.

Maldito seja o que se vá.
Bendito seja o que ficou.
Nesse mundo de tão mal-estar,
Só o valoroso restou.

Muitos nossos tombaram,
Nas esquinas da vida.
Os deles se multiplicaram,
Nessa jaula maldita.

Nego o dia não porque nego a luz.
Nego o dia pois é onde as bestas imperam,
Onde não adianta nem mesmo uma cruz,
Para tudo aquilo que os bons velam.

A aurora foi já tomada,
E os dias se tornaram escuros,
Mas ela há de ser retomada,
E retirada desses infames impuros.