terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Sobre os incrédulos e revoltados


Ser criado num lar católico, cristão, e depois se deparar com a triste realidade do mundo não é fácil. Penso que a maioria dos incrédulos de hoje o são por se sentirem injustiçados, enganados. Não só o mundo vem à tona como um lugar mesquinho: os seus entes, que tanto antes admiravam, têm suas falhas e vícios mais visíveis a nós quando chegamos a certa idade. Não é a descrença súbita, proveniente do nada, que emerge, mas sim a sensação de ter sido traído por tudo aquilo que era para si mais caro e imaculado no mundo. E assim muitos ficam: secos, quietos, carrancudos e até mesmo revoltados. Não raro percebo ira em manifestações de supostos céticos e/ou ateus. Na realidade, não era a religião que eles queriam culpar, mas sim o mundo, os homens. No entanto, a “religião” se deixa ser culpada. Por quê? Porque ela é bela e além. Porque ela tem em si um dos mais belos e necessários dons para o desenvolvimento do homem como ser: o perdão, e só através dela se pode perdoar. Entretanto, eis que cá estamos: um mundo cruel que se torna cada vez mais cruel com os homens distante de Deus: incrédulos, vaidosos, materialistas até os ossos... Não perdoam a traição da mais terna idade; não perdoam os seus, não perdoam a si e ficam presos numa gosma que gruda, estanca e os adoece. Os seres de hoje não perdoam aquilo que hoje lhes perdoa e não percebem o que lhes está na face; não crêem mais no pecado e no erro, só em seus desejos e vícios. Se não há pecado, então, não pode haver perdão... Os homens suicidam o seu espírito hoje em dia.