segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Niilismo, relativismo e eu.


Há de se negar o racionalismo exacerbado, o cientificismo de fetiche; há de se negar a razão unilateral que vai até as últimas conseqüências. Há de se negar o palpável, a argumentação ideológica de hoje: hipócrita, delirante e para fins subversivos e destrutivos. Há de, sim, voltar para a fé. Eu bem o sei o quão é-nos hipnotizante todo esse delírio infindo de conceitos, de visões de mundo; onde tudo é permitido, nada negado e onde tudo pode e, praticamente também, deve ser concebido. Eu já fui até as últimas instâncias da razão, do discurso, das críticas, da subversão. Fui tolo e arrogante. Desci aos infernos do niilismo. Desacreditei em tudo. E se engana quem acha que o mal tem efeito e existência em si: o mal é simplesmente ausência. Eu nada mais tive, nada mais me importava. Eu queimei nas labaredas do vazio, na vastidão do inferno do nada. Eu tentei seguir os grandes gênios, sem atentar-me para o fato de que todos inconscientemente suicidaram-se, perderam-se. E quando se vai, digo-te: é difícil voltares. Tanto por orgulho como pela escuridão. Estás tão cravado nas mentiras, nas omissões, nas verdades das incertezas, que nem mais fé em ti tens. E muitas boas mentes eu vi perderem-se nesse vasto campo das blasfêmias, nesse mal, nesse inferno. Eu perdi-me por anos. Mas por algo que não sei explicar, tornei a encontrar o caminho e voltei. Voltei do nada, das inrazões, das incertezas, da sedutora lógica que ilustra a hecatombe nossa. Eu neguei minha arrogância, minhas convicções sobre as inverdades, o meu descaso com os casos... Eu não voltei inteiro disso, confesso. Mas voltei. E cá estou. Certo de mim, da luz que nos guia e que também queima em nosso peito. Há de se negar as lógicas em si mesmas, as filosofias decadentes, as lógicas suicidas e as perspectivas que anulam as verdades. Todo esse mundo de um ideal decadente só nos faz morrer enquanto vivos. Também pudera: é criação dos homens, fruto de suas vaidades. Não há nada pior que isso porque corroboras tuas verdades nas verdades opostas, de outros, sendo que te perdes nesse joguete infinito, estancando-se. Deixai disso! A fé é a coisa mais importante que há. Mas cuidado: há crenças demais por aí. Não te deixas levar, não te deixas conduzir. Confia em teus instintos: tua essência conhece mais o mundo do que toda tua mente há de conhecer um dia. Crê nas coisas atemporais, que estão aqui antes de nós, e que estarão também após nós. Não te perdes e não te enganas: a verdade é simples e acessível. Ela não tem luxos nem vaidades: ela não quer se pôr além de todos. Ela já está em todos. Está em ti. Seja seguro, confie em si e confie na chama. Clame e grite. Cerra os punhos e golpeie o mal de todas as formas. A razão só nos dá incertezas. A fé é a única coisa que nos dá certeza.