sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Em uma realidade não tão distante...

Um primoroso diálogo fictício, mas que entoa posições e contra-posições bastante reais. Ei-lo:

''Adalberto Guarani-Kaiowá:

Tenho que discordar com as ideias, apesar de conter um primoroso estilo. Essa crença ilusória numa verdade una, inalienável e na condução de um progresso já é algo experimentado pela historiografia e visto como falho: existem várias culturas, vários povos, porque só a sua posição seria a certa? (aqui a velha insegurança pessoal)
A verdade, se é que existe mesmo algo assim, é plural, é de todos, é minha, sua e do homem da padaria, não una. Nossa historiografia já provou isso. (sodomia intelectual gostosa, porém equivocada)


Ser Pensante:
Adalberto,

Com todas as limitações que a honestidade intelectual me impõe, guardo algum respeito por teu posicionamento. Não me tomes por concordante com essa verdade de borracha que inexiste em si mesma, mas que apenas se faz pseudópode de toda a vulgaridade estandardizada que você aprendeu na Universidade. Não, se cá conservo algum respeito por esse posicionamento é porque só o posso tomar ANTES como uma doença de teu próprio espírito, que não destrói valores por perversidade, mas se põe como instrumento da destruição por mera carência pessoal prostitutiva. Tua verdade multipolar psicopática só deixa um caminho de ação para ti, caso vá segui-la com coerência: a omissão. Se nada há de verdadeiro, de solidamente correto nesse mundo onírico que viveis a estudar na cátedra, por nada vale a pena lutar, por nada vale a pena mover uma palha. Se todo mundo é especial, então ninguém o é. Guarda-te, portanto, em casa, esquece o ativismo indígena que te mutila a coerência contigo mesmo e te junta à nobre massa dos que não agem na vida por terem sido vítimas da ignorância. Em teu caso, no entanto – onde a ignorância é voluntária – dou mais um conselho: CALA A BOCA, BURRO! Napoleão há muito descobriu o perigo que ignorantes com iniciativa representam para uma comunidade. Ignorantes voluntários com iniciativa vaidosa e orgulho presunçoso desse quadro, apenas servem para serem esmagados como baratas, antes que contaminem tudo o mais. Se acreditas mesmo na construção de um mundo melhor (o que é um estouro de incoerência), poupa esse mundo de tua ação, ou então lapida-te a ti mesmo. Passa bem!''